Na Bíblia, é chamado “amado de Javé” e diz-se que o seu nome foi anunciado por Deus ao seu pai, o rei David. Construtor do primeiro Templo de Jerusalém, foi o terceiro e último soberano do reino unificado de Israel.
Salomão, cujo nome significa “o pacífico”, foi o segundo filho do rei David de Israel, “o escolhido por Deus” e uma das suas últimas esposas, Betsabé, e embora não fosse o primeiro na linha de sucessão, foi investido rei quando tinha cerca de 15 anos de idade, antes de o pai morrer. Subiu ao trono em cerca de 970 a.C., a pedido de Betsabé e Natã – considerado um profeta nos textos bíblicos – e em circunstâncias certamente difíceis, pois outro dos filhos de David, Adonias, mais velho do que ele, também o pretendia. Aparentemente, numa fase inicial, os dois irmãos terão estabelecido uma regência comum, mas, ao fim de pouco tempo, Salomão terminou com toda e cada uma das figuras da corte que considerava uma ameaça no seu caminho para o trono. Primeiro, mandou matar Adonias; de seguida, desterrou Abiatar, um antigo sacerdote que tinha conspirado com o seu irmão, e caíram também outros cortesãos como o general Joabe e Simei, do clã de Saul, que amaldiçoara o seu pai que, tal como os anteriores, estava na lista de suspeitos. Depois de ter liquidado todos os seus oponentes e ter colocado nas posições-chave das instituições religiosas, militares e de governo pessoas da sua confiança, iniciou o seu reinado, considerado um dos mais prósperos, seguros e estáveis do seu tempo. Javé, diz a Bíblia, estava com ele.
Na verdade, praticamente tudo o que se sabe acerca de Salomão procede dos textos bíblicos. Herdou do pai um vasto império que se estendia desde a fronteira com o Egito até ao rio Eufrates, um império rico e consolidado graças à aliança que o rei David estabelecera com o rei fenício Hirão I de Tiro e que Salomão manteria, pois era de vital importância para a manutenção e desenvolvimento das suas rotas comerciais marítimas. Assegurou também a sua posição ao estabelecer inúmeros laços de amizade pela via matrimonial, uma vez que tomou uma esposa pertencente a cada uma das casas e famílias reais vizinhas, as quais, desta forma, vinculou ao seu reino. Tem sido escrito que teve cerca de setecentas esposas e trezentas concubinas, embora este número, absolutamente exagerado, talvez tenha sido apresentado como forma de enfatizar a importância da sua imagem. Uma destas esposas era a filha de um faraó egípcio, talvez Siamon, o sexto da XXI dinastia, que teria tomado a cidade cananeia de Gezer, próxima da fronteira com os filisteus – os grandes inimigos de Salomão – e a teria entregue ao seu genro. Os textos bíblicos responsabilizam esta mulher, por quem, aparentemente, Salomão teria tido uma grande paixão, pela degradação dos costumes em que no futuro o rei viria a cair.