Então o Espírito do SENHOR veio sobre Jefté, e atravessou ele por Gileade e Manassés, passando por Mizpá de Gileade, e de Mizpá de Gileade passou até aos filhos de Amom.
E Jefté fez um voto ao SENHOR, e disse: Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, Aquilo que, saindo da porta de minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do SENHOR, e o oferecerei em holocausto. Assim Jefté passou aos filhos de Amom, a combater contra eles; e o SENHOR os deu na sua mão. E os feriu com grande mortandade, desde Aroer até chegar a Minite, vinte cidades, e até Abel-Queramim; assim foram subjugados os filhos de Amom diante dos filhos de Israel. Vindo, pois, Jefté a Mizpá, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças; e era ela a única filha; não tinha ele outro filho nem filha. (Juízes 11:29-34)
Um caso bastante complicado, mas que merece ser estudado para a compreensão de maus tratos, amarguras e feridas mal curadas.
Jefté era essa figura, rejeitado pelos irmãos dentro da própria casa e rejeitado também pela conivência do pai não lhe restando nada a fazer abandona o próprio lar e vai para outra terra viver a sua rejeição no meio de outros como ele.
As feridas na alma não se curaram, mas restava a ele a vontade de fazê-lo, porem a bajulação do povo de Gileade fez com que ele abandonasse o seu processo de cura, de restaurar a vida a dignidade, de tirar de si a dor de uma rejeição foi substituída pela responsabilidade em sair vitorioso em uma guerra, isso já era inconsequente, mais que isso Jefté sozinho fez quando em voto a Deus entregou um membro da família ao sacrifício, sabemos na sequência da leitura que fora a sua própria filha.
Esse texto traz para nós uma urgente revisão de valores, de uma atitude cristã e humana em tratar aqueles que assim como o personagem desta história lutam durante a sua vida contra traumas carregados da sua infância, adolescência, traumas muitas vezes causados pela própria família.
Quero chegar ao que realmente nos interessa uma pessoa com feridas deste tipo não podem ser saudáveis, as igrejas estão cheias delas, mas não querem ver nem tratar destes traumas, continuam mantendo-as às vezes entre gente com tantos traumas como elas e agravando assim toda uma situação.
Para podermos ter um povo curado é necessário que se revise esta vida, a cura virá pelo tratar dentro do amor do Senhor, alguns até conseguem superar algumas falhas, mas é impossível ser totalmente vitorioso, lamentavelmente mais cedo ou mais tarde algo não esperado pode tirar o conforto e a tão almejada paz do irmão. As pessoas tendem a fugir do mal que as incomoda, deixam os traumas como se jamais fossem voltar àqueles infortúnios, mas quando menos esperam lá esta o resultado de uma vida não curada, para Jefté foi o sacrifício da própria filha que revelou todo o desapego que tinha pela família, era um rejeitado e não havia se curado desta rejeição, venceu a guerra, pois Deus assim lhe deu, mas o voto foi à arma contra si, nada mais havia a se corrigir, ele mais uma vez abria mão dos seus, neste caso da única filha. É preciso que comecemos a olhar os casos inconcluidos nas igrejas ou muitas almas estarão perdidas, quantos poderão responder por feridas alheias mal cuidadas, por tratamentos incompletos, por abandonos e até por aqueles que se vão porque não encontraram a cura onde foram buscar. Igreja é o Hospital de Deus, todos que a ela vão precisam de ajuda, só assim poderão ajudar; Assim, quando você fizer uma promessa a Deus, cumpra logo essa promessa. Ele não gosta de tolos; portanto, faça o que prometeu. É melhor não prometer nada do que fazer uma promessa e não cumprir. Amém
Pra. Maria do Rocio